O primeiro lugar ficou para Sorocaba entre 1,4 milhão de estudantes do Brasil
O sonho de ser astronauta e conhecer a galáxia bate forte no coração de muitas crianças durante a infância. Com o passar dos anos, esse desejo se converte em curiosidade e os pequenos, agora adolescentes, dedicam um tempo para conhecer esse vasto universo. É desta maneira que Ivan Gabriel Cruz dos Santos, de 15 anos, e outros 27 alunos do Colégio Politécnico, mantido pela Fundação Ubaldino do Amaral, foram premiados na 27ª edição das Olimpíadas Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).
Neste ano, a medalha de ouro foi colocada no pescoço de Ivan, que gabaritou a prova. Embora soubesse que seu desempenho foi bom, o jovem não imaginava que alcançaria o primeiro lugar. Entre 1,4 milhão de estudantes do Brasil, o aluno subiu no ponto mais alto do pódio, o primeiro lugar.
“Sempre gostei e pesquisei sobre as estrelas, planetas, fenômenos como eclipses e estrelas cadentes, desde quando tinha 9 anos, e ganhar a medalha de ouro foi sensacional, fiquei muito feliz”, conta o adolescente. “Essa foi a minha segunda prova. No ano passado, eu fiz para experimentar, entender qual era a linha de raciocínio, como funcionava a questão do tempo e da logística. Hoje, acredito que esse preparo foi muito importante para conseguir a medalha de ouro”.
Enquanto alguns alunos já possuem uma relação com astronomia e aeronáutica, outros tiveram o primeiro contato por meio da OBA. Para Ana Giulia Biasôto Nunes, de 14 anos, ser chamada no palco para receber uma medalha foi algo inesperado. A aluna se inscreveu, com uma amiga, para entender como funcionava, somente pela experiência.
“No fim, eu gostei bastante e quero me inscrever para o ano que vem. Essas Olimpíadas são muito importantes para nós, alunos, pois conta muito na hora de entrar em uma boa faculdade”, comenta a estudante.
A aluna Lívia Peixoto Silva, de 14 anos, voltou da premiação com a sua segunda medalha da OBA. A paixão por astronomia nasceu justamente do sonho de ser astrônoma, portanto, desde pequena pesquisa sobre o assunto. E, similar a Ivan, ela também acredita que interpretação e atenção são essenciais para um bom desempenho na avaliação.
“Para nós, alunos, o principal foco é a medalha, queremos ganhar. No entanto, desenvolvemos outras características muito boas, como a disciplina para o estudo, foco, concentração, além de muito conhecimento. Por isso, é muito legal”, relata a jovem. “E receber medalha pela segunda vez foi ótimo”.
Suporte em sala de aula
As professoras de ciências, Renata Aparecida Carrara Bresciani e Camila Aparecida Oliveira Maiello Falla, e a professora de química Karen Ouverney dos Santos, acompanham a trajetória e o desempenho dos alunos nas Olimpíadas Brasileira de Astronomia e Astronáutica desde 2022, quando o Poli começou a participar. A evolução no número de medalhas é motivo de orgulho para as profissionais da educação, uma vez que abrem portas do futuro acadêmico dos jovens, como citado por Ana Giulia.
“Muitas faculdades brasileiras oferecem bolsas de estudo, que podem chegar a 100%, para estudantes medalhistas em Olimpíadas, por isso o colégio dá a oportunidade para que eles possam se envolver nessas atividades. Inclusive, participamos de muitas outras”, aponta Renata. “E especificamente Astronomia, também abrem os olhos dos jovens para a tecnologia e inovação, que atualmente está muito em alta, até porque é o futuro do país”.
A prova possui dez questões, divididas em sete de astronomia, englobando o corpo celeste do universo, e três de aeronáutica, abordando viagens espaciais, foguetes e últimas atualizações da Nasa. Neste cenário, esses conteúdos começam a ser abordados desde o 8º ano do Ensino Fundamental II, logo no início do ano letivo, em forma de preparação para a OBA. Além disso, os alunos formam grupos de estudos no contraturno das aulas.
“Essa dedicação dos estudantes é muito legal, eles realmente se empenham e se esforçam para conquistar um bom resultado”, conta a professora com orgulho. “Além disso, nós, professores, também nos colocamos à disposição, para esclarecer dúvidas e ajudar nesse processo”.
Os benefícios se estendem para além do ambiente acadêmico. Para Camila, na preparação para as Olimpíadas há uma série de pontos positivos que impactam positivamente os aspectos cognitivos e socioemocionais dos adolescentes.
“Os estudantes são desafiados a mobilizar seus conhecimentos em relação aos componentes curriculares, além da necessidade de desenvolver a autogestão e a resiliência emocional diante de situações desafiadoras”, finaliza Camila.
Em Sorocaba, 250 jovens foram premiados. Além do Ensino Fundamental II, os alunos do Ensino Médio também participaram da 27ª edição das Olimpíadas Brasileira de Astronomia e Astronáutica, 17 receberam medalhas. O feito foi motivo de orgulho para Karen, que percebe, ao longo dos anos, a dedicação aumentando cada vez mais.
“Acredito que, além do trabalho dos professores, esse resultado vem muito mais do desempenho dos próprios alunos, até porque a prova são eles que fazem sozinhos”, comenta a professora. “Eu percebo que a tendência para os próximos anos é aumentar o número de medalhas, pois os jovens estão cada vez mais empolgados e motivados”. (Beatriz Falcão e Thaís Marcolino)